terça-feira, 26 de janeiro de 2010

CNJ AFASTA CORREGEDOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, DESEMBARGADOR ROBERTO WIDER.


"CNJ afasta corregedor de Justiça do Rio, Roberto Wider

26/01 às 18h57 Chico Otavio
BRASÍLIA - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em sessão nesta terça-feira, decidiu abrir processo administrativo disciplinar e afastar do cargo o corregedor-geral de Justiça do Rio, desembargador Roberto Wider. Em seu voto, o ministro Gilson Dipp, corregedor do CNJ, alegou que Wider, no exercício da função, "apresentou atuação não condizente com os preceitos descritos na Lei Orgânica da Magistratura".
A decisão do Conselho foi motivada por série de reportagens publicadas pelo GLOBO, desde 8 de novembro, mostrando a relação de wider e outros desembargadores do tj-rj com o lobista eduardo raschkovsky , que é suspeito de oferecer sentenças judiciais em troca de vantagens financeiras a empresários, políticos e donos de cartórios.
Sindicância aberta pelo CNJ demonstrou que Wider, como corregedor, não agiu dentro dos princípios de imparcialidade e lealdade institucional ao designar dois amigos de Raschkovsky para o 11º ofício de notas da capital e 6º ofício judicial de são gonçalo , além de determinar rigorosa inspeção a um cartório que, pouco antes, havia suspendido o pagamento de 14% de sua renda para o escritório de Raschkovsky. Na época, o CNJ também anunciou que faria um acompanhamento paralelo à investigação da corregedoria .
Depois das denúncias, Wider chegou a anunciar o seu afastamento da corregedoria por 30 dias para que fosse feita "uma completa investigação, livre de qualquer ordem de dificuldade que a minha investidura à frente da Corregedoria-Geral pudesse de algum modo representar".
As denúncias também motivaram a criação de uma cpi na assembleia legislativa do rio de janeiro (alerj) para investigar um possível tráfico de influência na Justiça do Rio. Em dezembro, a cpi quebrou o sigilo bancário de raschkovsky .
A série de reportagens do GLOBO ganhou um prêmio na semana passada na sexta edição do prêmio amb de jornalismo . Uma das mais representativas da classe, a entidade congrega 36 associações regionais, com quase 14 mil juízes filiados. CNJ afasta corregedor de Justiça do Rio, Roberto Wider - O Globo"

3 comentários:

curioso disse...

Mas esse não é um dos "cruzados" da ficha limpa?

Maxsuel Barros Monteiro disse...

Caro curioso, é esse mesmo.

Veja esta matéria.

TRE-RJ colocará em site candidatos com ficha suja

Rio - O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider, informou que o órgão vai abrir para consulta pública na Internet uma lista com os nomes dos candidatos que respondem a processos na Justiça. Wider adiantou que o TRE-RJ vai rejeitar as candidaturas de pessoas que tenham fichas criminais comprometidas.



De acordo com o desembargador, o candidato pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e conquistar o direito de participar da disputa nas urnas, mas neste caso, segundo ele, o eleitor já terá sido alertado sobre a situação do candidato e caberá a ele decidir.

(...)

Para Wider a medida é fundamental para melhorar o padrão ético-político do País, e encontra respaldo no "clamor social". "Todos nós estamos cansados de verificar desvios de conduta praticados por quem foi indicado para dirigir a sociedade. Temos que ter bom senso e criatividade para resolver esse problema que está aí e a sociedade está clamando", afirmou.

O desembargador disse confiar no bom senso dos juízes eleitorais para avaliar se o crime a que o candidato responde judicialmente é suficiente para comprometer sua vida pública, como o de pessoas que tenham se envolvido em acidentes de trânsito, sem impacto sobre a candidatura, e acusados de desvio de verba pública, furto e até homicídio, casos que justificariam a inelegibilidade.

Wider reconheceu que não há lei específica que defina critérios objetivos para a impugnação. Ele no entanto defende que o Judiciário não pode se eximir dessa responsabilidade, e deve se basear no princípio da moralidade na administração pública, garantida pela Constituição Federal.

"Estamos lidando com valores diferentes. Todos aqueles que querem exercer uma atividade pública têm que demonstrar ter uma folha limpa, menos os senhores políticos? Até os ascensoristas do Congresso Nacional têm que comprovar uma ficha limpa para estar ali, mas todos aqueles que ele transporta não precisam. Alguma coisa está errada e alguma coisa precisa ser feita", defendeu o presidente do TRE-RJ.
(...)
Segundo ele, esse papel cabe aos partidos e à sociedade civil, e se realizado pela Justiça Eleitoral, poderia configurar pré-julgamento. "Ao examinar a vida pregressa do candidato já vamos previamente, se tal lista seja divulgada, impedindo que uma pessoa seja candidata a um cargo eletivo", defendeu.

Agência Brasil


Sandro Santoro

curioso disse...

E será que ele agora reivindicará a presunção de não-culpabilidade que gostaria de negar aos candidatos?